Retido por umas horas no Funchal, após uma visita de médico para resolver uns assuntos profissionais, deparei-me numa livraria do centro da cidade com um livro que comprei sem pensar duas vezes, não tivesse abundantes referências a António Gonçalves Correia, o bisavô da minha mãe, meu trisavô, portanto.
António Gonçalves Correia foi uma figura ímpar da história alentejana do início do século XX. Anarquista por convicção, e humanista por natureza, devotou a sua vida a um género de pregação das virtudes humanas, da bondade do homem e das suas condições naturais para resolver as brutais contradições desta vida.
O livro, que ainda não comecei a ler, relaciona-o (e à Comuna da Luz, situada no Monte da Fornalha, em Odemira) com José Júlio Costa, o homem que matou o "presidente-rei" Sidónio Paes, a 14 de Dezembro de 1918. De acordo com os autores, a Comuna da Luz é um elemento chave na definição do futuro do país e da República. Estranhamente, pouco se tem investigado e escrito sobre o assunto específico desta comunidade de homens-livres de Odemira.
Voltarei ao assunto, depois de concluída a leitura. Tratou-se, de facto, de uma inesperada compra, aqui no Funchal, tão longe de Odemira.
(Texto publicado no Blogue "Fluir de Espumas")
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