"Este é o paradoxo atual: quanto mais razões há para desacreditar o capitalismo - tanto pela sua irracionalidade e injusta voracidade especulativa como pelos catastróficos resultados ambientais das suas políticas desenvolvimentistas - mais ameaçador ele se manifesta e mais duradouro parece ser. Pelo contrário, apesar de serem mais numerosas e justas as razões dos trabalhadores para exigir melhorias, materiais e laborais, mais incapazes eles se mostram de exigi-las e mais parece afastar-se a perspectiva de uma verdadeira mudança social..."Face a esta realidade o que querem, e podem, os anarquistas fazer. Este é certamente um debate atual.
"Os Caminhos da Anarquia. Uma Reflexão Sobre as Alternativas Libertárias em Tempos Sombrios"
M. Ricardo de Sousa
Letra Livre, Lisboa, 2011
105pp. 8 €
"A práxis libertária contemporânea deverá traduzir-se cada vez mais na crítica ao Poder, ao Estado, ao Capitalismo, mas também à Tecnologia e à própria ilusão de Progresso central na civilização Ocidental. Deve gerar, por outro lado, uma intervenção construtiva a partir da realidade local, na defesa da auto-organização e da democracia direta, que possa sustentar um amplo federalismo regional e internacional dos povos. Uma ação que passa pela criação de comunidades e cooperativas em que se concretizam formas autogestionárias de vida, produção e consumo, de forma a contribuir para uma cultura libertária que abra, desde já, novos espaços de liberdade, de autonomia e de criatividade para os que recusam o sistema dominante."
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